Provocativo, no melhor sentido
Cisne Negro é uma metáfora para eventos altamente improváveis, com impacto extremo e previsibilidade retrospectiva. Neste livro, Nicholas Taleb, um megainvestidor do mercado financeiro com MBA pela famosa Wharton School e Ph.D. pela Universidade de Paris, mas que desenvolveu uma aversão ao academicismo e à arrogância epistêmica, nos chama atenção para os eventos que ele chama de Cisnes Negros, os outliers, aqueles acontecimentos que se formam silenciosamente e surgem de maneira explícita para quem não estava preparado. Ele cita, como exemplo, a 1ª Guerra Mundial e os ataques ao World Trade Center em 2001 como Cisnes Negros com consequências negativas.
Para Taleb, nunca nos preparamos para a incerteza de quando acontecerá ou não acontecerá um Cisne Negro porque quase sempre nos preocupamos mais com o que sabemos do que com aquilo que é desconhecido por nós. Somos vítimas, segundo ele, de uma assimetria na percepção de eventos aleatórios. Atribuímos nossos sucessos a nossas habilidades e nossos fracassos a eventos externos fora de nosso controle. Sentimo-nos responsáveis pelas coisas boas e não pelas ruins. Esquecemos a imprevisibilidade quando é nossa vez de fazer previsões.
Crítico do uso da estatística para fazer previsões e ignorar os riscos, citando como exemplo a Curva de Gauss (distribuição normal), Taleb nos alerta também para comoditização da noção de incerteza como um sintoma da cegueira ao Cisne Negro, defendendo o que ela chama de humildade epistêmica, que é a capacidade de termos coragem de dizer "eu não sei". Para o autor, devemos não apenas aceitar as incertezas, mas desejá-las. Somente desta maneira é que nos fortalecemos após o seu encontro.
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