Uma fábula anti-totalitária e anti-comunista
A Revolução dos Bichos de George Orwell é um livro obrigatório para entendermos a lógica de construção de poder dos regimes totalitários. Instrumentalizada na época da guerra fria como uma crítica contumaz ao comunismo, a fábula permanece atual. Em tempo: o livro foi escrito durante a Segunda Guerra Mundial e foi censurado pela imprensa britânica para não "ofender" os aliados russos, principalmente Stálin.
A partir de uma revolução justificada pela necessidade de libertação dos animais de uma granja da opressão de seu dono, um humano, aos poucos uma ditadura foi sendo imposta sem que a maior parte dos animais fosse capaz de perceber. A igualdade outrora almejada foi substituída por privilégios exclusivos para a classe dominante: os porcos, que representavam a intelligentsia do mundo animal da granja. Aos poucos, culpados foram sendo forjados para ocultar os reais problemas do local, agora dominado pelos animais. Cachorros foram criados para dar segurança ao regime, ameaçando todos aqueles que ousassem questionar as ordens dos porcos. A fome e a escassez foram se tornando frequentes, menos para a classe dominante. O culto ao líder, o porco supremo, substituiu todas as outras crenças. A vida, ao invés de melhorar, foi piorando gradativamente.
Depois do sonho de liberdade, havia um único mandamento na granja:
"Todos os bichos são iguais, mas alguns bichos são mais iguais que outros".
Ao final, percebemos que as semelhanças com regimes como a Venezuela, Cuba ou a velha União Soviética, não são meras coincidências.
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