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Foto do escritorDalmo Moreira Junior

Corte de Espinhos e Rosas - Sarah J. Maas

Atualizado: 4 de mai. de 2022



Muito além dos Contos de Fada

Há um tempo que eu vinha buscando uma ficção fantástica para preencher o vácuo deixado pelo sexto livro de Crônicas de Gelo e Fogo que nunca vem (valeu, Martin).


Nas minhas buscas, constantemente esbarrava nos livros de Sarah Janet Maas, há muitos anos nas listas dos mais vendidos no Brasil e mundo a fora.

A jovem autora já havia chamado a atenção e conquistado o topo das mais prestigiadas listas em 2012, com apenas 26 anos, ao escrever a série de 6 volumes O Trono de Vidro, inspirada em sua própria releitura de Cinderela.


Corte de Espinhos e Rosas traz uma narrativa fantástica e bem mais sensual e sangrenta de A Bela e a Fera.


Ciente de que eu não era provavelmente o público-alvo da autora, resolvi dar uma chance e tirar minhas próprias conclusões.


Com um enredo que inicia com criaturas fantásticas que vivem numa terra exótica depois de uma muralha mágica, feras gentis que amam humanos e uma mulher forte como protagonista (eu conheço isso de algum lugar..., rs), Corte de Espinhos e Rosas não me impressionou logo no começo.


Voltado inicialmente para o público juvenil e jovem adulto, a narrativa me pareceu inicialmente superficial e muito focada em realismo fantástico o que, certamente, renderá muito CGI para sua adaptação para streaming (que já está a caminho).


A trama se arrasta com uma narrativa rasa em primeira pessoa e diálogos pouco elaborados no começo do livro, que eu quase abandonei achando que era mais um romance adolescente. Quem me salvou foi a Alexa pois comecei a ouvir o livro enquanto fazia outras coisas.


Isso me permitiu descobrir que lá pelo último quartil deste volume (a série já conta com 4 de seus seis títulos, Corte de Chamas Prateadas estará disponível em 17/06/2021) - que a história pega alguma tração conforme a personagem principal (Feyre, uma jovem humana, mortal, sofrida e cabeça dura) inicia sua jornada do herói romântica para salvar seu amado Tamlin, um Grão-feérico deslumbrante que a autora faz questão de incendiar na imaginação dos leitores. Não faz meu tipo (rs), eu achei muito mais interessante o antagonista, Rhysand, sobre o qual provavelmente falarei bastante, se continuar lendo a saga.


Há algumas cenas de tensão (sexual e de poder), além de sequencias de luta, muito boas, as intrigas de bastidores começam a desenhar histórias paralelas interessantes e a narrativa se torna bem menos linear e permite vislumbrar como a trama se desdobrará nos próximos volumes que, de acordo com a opinião de milhões de leitores, são bem melhores que o livro introdutório da saga.


Conclusão: Corte de Espinhos e Rosas é uma boa história para leitores acima dos 30 anos? Eu diria que é um livro suficientemente bom para todas as idades desde que seja acolhido em sua lista de leitura despido de altas expectativas em relação a narrativas mais complexas como as encontradas nas obras consagradas de G. R. R. Martin e J. R. R. Tolkien, por exemplo. Com isso em mente, recomendo se aventurar pelo reino dos feéricos. Pode ser uma pausa interessante entre literatura mais densa ou para exercitar a criatividade imaginado o Reino de Prythian e seus seres sobrenaturais.


A resenha de Corte de Névoa e Fúria também já está disponível.




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