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Foto do escritorDalmo Moreira Junior

Deadpool & Wolverine - filme 2024


O Salvador da Marvel

Em meio à decadência politicamente correta do universo cinematográfico da Marvel (MCU), com diversos filmes sem alma e sem graça, Deadpool & Wolverine é um sopro de criatividade e respeito aos fãs das HQs. Valendo-se de um roteiro relativamente simples, mas com dois icônicos personagens, muita ação, humor e deboche sem limites, o filme agrada e, acima de tudo, diverte.


Ryan Reynolds (Deadpool) e Hugh Jackman (Wolverine) estão perfeitos em seus respectivos papeis, contribuindo sobremaneira para o sucesso da produção. Até a publicação desta resenha, após duas semanas de exibição, o filme já havia ultrapassado a marca dos US$ 824 milhões em faturamento mundo afora, entrando nos TOP 3 do ano.


Para quem não conhece a origem dos personagens, ou nunca leu uma HQ, convém lembrar que Deadpool e Wolverine são dois dos maiores anti-heróis da Marvel. Deadpool, cujo nome verdadeiro é Wade Winston Wilson, é um mercenário canadense marcado por ser falastrão, violento e tagarela. Seu ponto forte é possuir um fator de cura que o faz sobreviver aos piores ferimentos. Criado em 1991 por Rob Liefeld e Fabian Nicieza, ele apareceu pela primeira vez em 1991, como um vilão em New Mutants nº98 (história que no Brasil saiu dentro de Os Fabulosos X-Men nº 584 em 1994).


Já Wolverine, nascido James Howlett e conhecido como Logan ou Arma X, é um mutante que possui sentidos sobre-humanos, capacidades físicas aprimoradas, fator de cura e três garras ósseas retráteis ​​em cada mão (depois transformadas em garras de adamantium, assim como todo o seu esqueleto). Retratado de forma variada como membro dos X-Men, Tropa Alfa e Vingadores, Wolverine foi criado pelo editor-chefe da Marvel no início da década de 70, Roy Thomas, pelo escritor Len Wein e pelo diretor de arte John Romita. O personagem acabou se tornando um dos favoritos dos fãs da franquia X-Men e teve sua primeira revista solo em 1988.


Mas voltando ao filme...


Apesar do roteiro simples, a história é confusa, principalmente para quem não acompanhou a série Loki ou não faz ideia da complexidade do multiverso da Marvel e suas linhas do tempo. Foi um filme para fãs, sem dúvida, mas não deixa de ser divertido mesmo para quem não acompanha de perto esse universo.


A cena de abertura é um primor de criatividade, violência e diversão, com cenas dignas da irreverência sanguinolenta do Deadpool. Um abre-alas que dá o tom do filme para os desavisados.


Vivendo na Terra 10005, um dos universos do MCU onde ele passou a viver, Wade Wilson (Deadpool) é convocado pela AVT (Autoridade de Variância Temporal), uma espécie de polícia de todas as linhas do tempo do multiverso, para proteger a Linha do Tempo Sagrada. Mas ao saber que o seu universo, ou seja, sua linha do tempo irá desaparecer porque o âncora daquele universo, uma das versões do Wolverine, morreu, Deadpool resolve se rebelar e sai em busca de outro Wolverine para salvá-la.


Após se deparar com Wolverines de múltiplos universos, onde muitos deles são versões do personagem em antigas HQs, Deadpool acaba encontrando aquele que precisava, um Wolverine amargurado pela morte de seus amigos mutantes e que não tinha nada mais a perder. Mas a AVT aparece e acaba mandando os dois para o Vazio, um lugar que existe no ponto em que todas as linhas temporais se convergem para morrer, ou seja, o lixo de todos os universos. Ao chegarem por lá, temos um dos melhores momentos do filme: a primeira luta entre os dois. Uma pancadaria extremamente bem coreografada com muito sangue, tiros, espadas e garras.


No vazio, eles encontram, além de personagens icônicos de outros universos (Gambit, Elektra, Blade, X-23 e outros), a super-vilã Cassandra Nova, a irmã gêmea sombria de Charles Xavier, o líder dos X-Men. Interpretada pela ótima Emma Corrin, Cassandra comanda um grupo de mutantes renegados que sai a caça de todos aqueles que aparecem no Vazio. Ao derrotá-la, a dupla acaba poupando-a, mas isso permite que Cassandra ponha seu plano de vingança contra a AVT em ação. Para isso, ela invade o universo 10005 e tenta destruir todas as linhas do tempo.


Usando todos as variantes do Deadpool que estavam no Vazio para impedir que a dupla atrapalhe seu plano macabro, temos mais uma cena típica das melhores HQs do personagem: uma luta absurda de todas as variantes contra os dois.


Com várias outras referências não citadas aqui sobre outros personagens icônicos (alguns até da DC) e com deboches do próprio multiverso da Marvel, da Disney e da Fox (estúdio comprado pela Disney), Deadpool & Wolverine usa e abusa de elementos de metanarrativa para construir um roteiro que mais parece uma colcha de retalhos de realidades distintas. Independente dessa profusão de possibilidades, o filme funciona muito bem para quem é fã de HQs e mesmo para aqueles que só gostam de acompanhar as histórias no cinema ou no streaming.


A direção competente de Shawn Levy, que já tinha trabalhado com Ryan Reynolds e Hugh Jackman nos ótimos Free Guy (2021) e Gigantes de Aço (2011), nos brinda com cenas de ação inusitadas, ótima fotografia e as famosas quebras de quarta parede. E a trilha sonora? Viciante e conectada com todas as cenas. Um filme que deve ser assistido com a leveza de quem gosta boas surpresas e roteiros despretensiosos.


Deadpool & Wolverine não deve salvar o MCU do desastre das últimas produções e do revisionismo politicamente correto dos principais personagens deste universo. É bem provável, inclusive, que os responsáveis por essa derrocada queiram isso mesmo. Mas, independente disso, é uma amostra de que a fórmula para agradar fãs e cinéfilos das boas histórias de super-heróis (ou anti-heróis) é bem mais simples do que parece.



Assista aqui a um dos trailers oficiais:







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