Nascemos programados para aprender línguas?
Como a linguagem é processada em nosso cérebro? Linguagem é hardware ou software? Pensamos em uma língua ou em conceitos? Como é o processamento da gramatica dentro de nosso cérebro? Há uma região do cérebro específica para o processamento da linguagem? O que linguagem tem a ver com seleção natural?
Se estas perguntas te instigam, leia "The language instinct".
O autor discute porque todas as línguas tem elementos bem semelhantes como sujeito, verbo, objeto mudando apenas a ordem. E também o fato das crianças aprenderem a aplicar as regras de gramática, inclusive verbos irregulares rapidamente.
Ele também disserta sobre gramática e estilo. Ele faz inclusive uma analogia: ultrapassar o limite de velocidade pode estar ferindo a lei do estado mas não a lei da física. Assim as línguas vão se modificando, se moldando e se adaptando como as línguas românicas, as quais falamos hoje e que vieram do latim.
Há também varias menções a Chomski e as linguagens de computador, disciplina esta que já ministrei no inicio de minha carreira. A ideia de que as linguagens advém da forma pela qual nosso cérebro é estruturado e não o contrário é discutida. Ele aborda a ideia de recursão que existe (teoricamente) em todas as línguas. Ok, há quem tente desbancar esta teoria e o Brasil foi meio envolvido porque o contra exemplo seria a língua da tribo brasileira Pirahã, a qual segundo alega-se, não teria recursão. Esta é uma discussão boa e posterior ao livro, mas se o assunto te interessa começar por este livro do Pinker de 1994 faz sentido.
Para terminar deixo uma frase selecionada: "the purpose of the Académie Française is to amuse journalists from other countries with bitterly argued decisions that the French gaily ignore". No final a língua que sobrevive é aquela utilizada por todos.
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