Romance, fé e martírio no tempo de Nero
Nos primórdios do cristianismo, professar a fé na capital de um dos maiores impérios que o mundo já conheceu era um ato de coragem e resiliência. Sob o governo do performático Nero (Nero Cláudio César Augusto Germânico), Roma exalava luxúria, sangue e corrupção. Neste cenário, Marco Vinício, um jovem tribuno e herói de guerra, apaixona-se por Lígia, filha de um rei suevo e uma cristã tão bela quanto devota.
Sobrinho de Petrônio, um influente palaciano da corte de Nero, Marco era se choca com o cristianismo de Lígia, criando um abismo que, a princípio, nada seria capaz de superar. Impulsivo e controlador, ele tenta tomá-la como sua, mas seu desejo só faz afastá-la ainda mais. Arrependendo-se de suas tentativas infrutíferas, Marco busca uma reaproximação e acaba por conhecer os cristãos que se reuniam secretamente para professar sua fé na antiga Roma.
Ao se encontrar com os apóstolos Pedro e Paulo, que pregavam na cidade, ele se surpreende com as noções de amor e virtude daquela doutrina, que eram totalmente diferentes da sua forma de pensar, de seus hábitos, de seu caráter e de sua natureza militar. Nesse choque de mundos, Marco percebe que seu desejo por Lígia havia se transformado em amor e admiração. E esse amor só podia se concretizar através de sua conversão.
Mas Nero, em seu orgulho e loucura, incendeia Roma para satisfazer seus desejos mais insanos. Numa destruição sem precedentes, milhares de pessoas perdem suas casas e o caos passa a reinar. Mas a culpa não poderia recair sobre o imperador. Como resultado de uma trama palaciana entre Popeia Sabina, mulher de Nero, e Tigelino, comandante da guarda pretoriana, os cristãos são escolhidos como bodes expiatórios e passam a ser perseguidos implacavelmente. Jogados às feras, crucificados e queimados, seus testemunhos de fé e martírio impressionam o povo que clamava por suas mortes.
Com um final emocionante e redentor, Quo Vadis não se resume apenas ao belíssimo romance entre duas pessoas de mundos completamente diferentes, mas também retrata uma época de profunda transformação para a humanidade. Uma época em que as primeiras raízes do cristianismo, mesmo brutalmente atacadas e marginalizadas, se ramificam e se fortalecem na capital do mundo. Uma demonstração de amor e fé que iria mudar a história para sempre.
"Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora receber a coroa da justiça." - São Paulo
Sobre o livro: acompanhada de uma breve biografia dos personagens históricos, um dicionário de termos latinos, geográficos, históricos e mitológicos, e mapas de Roma no tempo de Nero, esta edição da Sétimo Selo oferece ao leitor o texto integral do grande clássico da literatura moderna que rendeu a Henryk Sienkiewicz o Prêmio Nobel de Literatura em 1905. Você pode comprar o livro na Amazon clicando aqui.
Sobre o autor: nascido em Wola Okrzejska, parte russa da Polônia, Henryk Sienkiewicz cresceu durante as lutas pela independência polonesa, componente que perpassaria mais tarde todo o seu trabalho. Influenciado pelos romances de Sir Walter Scott e Alexandre Dumas, compôs sua trilogia polonesa, marcada pela riqueza de detalhes histórios e descrições vivas: A ferro e fogo (1884), O dilúvio (1886) e O pequeno cavaleiro (1888). Em uma viagem à Itália, teve a inspiração para escrever Quo Vadis (1896), obra que o levaria a ser considerado um dos mais brilhantes escritores da segunda metade do século XIX. Morreu aos 70 anos na Suiça, deixando um grande legado para a literatura mundial. Suas obras foram traduzidas para mais de 50 idiomas.
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