Dia 19 de outubro é dia da nacional da Inovação. Em comemoração a data, estamos lançando uma série de oito artigos que serão publicados sempre às terças-feiras para falarmos um pouco do processo inovativo e como ele muda o nosso mundo.
Conceitos, fundamentos e dimensões da Inovação
De acordo com o Manual de Oslo (2018), principal referência utilizada em todos os países pertencentes à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico - OECD e que estabelece as diretrizes para análise e acompanhamento da evolução do desenvolvimento tecnológico na indústria, a inovação pode ser definida como um produto, processo ou serviço (ou a combinação destes, por exemplo, num modelo de negócios) que seja novo ou significativamente aprimorado e que tenha efetivamente sido ofertado ao mercado ou utilizado pela empresa em atividades inovativas como diferencial competitivo para o setor e/ou mercado.
O Manual de Oslo define quais atividades, incluindo, as de desenvolvimento, financeiras e comerciais realizadas pelas empresas que são consideradas inovativas, que podem e devem ter suas métricas apuradas e acompanhadas ao longo do tempo. São elas: Atividades de P&D; Engenharia, design e outras atividades de trabalho criativo; Atividades de marketing e brand equity; Atividades relacionadas à propriedade intelectual (PI); Atividades de treinamento de funcionários; Atividades de desenvolvimento de software e banco de dados; Atividades relacionadas à aquisição de ativos tangíveis e Atividades de gestão da inovação, incluindo, métodos ágeis.
Uma inovação necessariamente precisa ser implementada e proporcionar impactos econômicos e sociais mensuráveis para as empresas, indivíduos, governos e a sociedade, de modo geral. Do contrário, trata-se apenas de mera ideia ou invenção.
Inovação como propulsor do desenvolvimento econômico
Considerando os impactos das inovações no crescimento da riqueza e transformação das sociedades no longo prazo, uma das mais brilhantes teorias econômicas sobre o tema foi elaborada por Joseph Schumpeter (1942) sobre como as empresas buscam continuamente, através da inovação, por novas oportunidades e vantagens competitivas sobre os concorrentes atuais ou potenciais mesmo que isso signifique praticar o que o economista definiu como "destruição criadora ou criativa", ou seja, a interrupção da atividade econômica existente por inovações que criam novas maneiras de produzir bens ou serviços ou indústrias inteiramente novas e, assim, movimentam todo o sistema nacional e, às vezes, mundial de inovação.
Figura 01. Fonte: Jornal do Comércio de São Paulo, 2020
Schumpeter certamente ficaria orgulhoso das startups disruptivas que atualmente rompem com modelos de negócios, inventam novos mercados e colapsam a concorrência que não bebe continuamente na fonte da inovação. Esses conceitos serão explorados mais adiante nos próximos artigos.
Mas, seja rompendo com paradigmas ou mantendo o fluxo de modificações pontuais e incrementais, inovar é fundamental para o desenvolvimento econômico de um País pois permite que desenvolvimento e aplicação de novas ideias e tecnologias produzam bens e serviços melhores e/ou processos produtivos mais eficientes e também sustentáveis.
O conjunto de todos esses fatores inovativos eleva a competitividade dos mercados, gerando emprego, renda e consumo, melhorando o saldo da balança comercial ao exportar produtos com maior valor agregado e qualidade e, como resultado sistêmico, induzem ao crescimento econômico.
Desta forma, o ciclo da inovação de retroalimenta conforme a economia se expande porque as empresas se sentem mais estimuladas a investir infraestrutura e recursos humanos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços, os empreendedores são incentivados a criarem novos negócios, o governo e as famílias estimulam a educação científica e investigativa e a sociedade ganha como um todo, melhorando não só o seu Produto Interno Bruto - PIB mas também em indicadores qualitativos de vida como o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH.
No próximo artigo falaremos de tipos, graus, intensidade e estágios de inovação.
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