Bem vindo a mais um artigo!
Na semana passada, falamos sobre os estágios da Inovação e de como podemos acompanha-los utilizando a Hype Cycle.
Muito conectado com essa mesma lógica, temos a Curva de Adoção de Inovação (Rogers, 1962), normalmente utilizada como ferramenta de marketing para construção de estratégias de lançamento de novos produtos no mercado, a fronteira final de qualquer inovação que superou todas as etapas anteriores, vistas quando falamos dos seus estágios de desenvolvimento.
A premissa desta teoria é que, mesmo que se tenha um produto fantástico, tecnologicamente falando, pronto para entrar no mercado, ainda pode ser bastante desafiador convencer os consumidores que o adotem.
A primeira parte da curva pode ser considerada, em alguns aspectos, em sobreposição ao início da hype cycle quando começa a subida exagerada de expectativas em relação a algo com potencial disruptivo.
Então, temos, os early adopters compostos por entusiastas e visionários da nova tecnologia, que não representam mais do 15% do potencial do mercado, mas são extremamente importantes, porque, como vanguardistas, costumam correr mais riscos e ser intensos difusores da inovação, apresentando o produto ao resto do mercado, sendo fortes influenciadores de tendências e de adoção.
Esta é uma etapa crucial a ser vencida, do contrário, o produto não conseguirá ultrapassar o abismo (The Chasm), que divide os fãs e defensores do produto daqueles consumidores menos empolgados e dispostos a mudanças. Este conceito foi proposto por Geoffrey Moore em Atravessando o Abismo (1991) e não fazia parte originalmente do modelo de Rogers.
Vencido o desafio do salto dos adotantes iniciais, a curva encontra os pragmáticos ou a Maioria Inicial, que observam os primeiros usuários do produto para tomarem a decisão de aderirem ou não à inovação.
Apesar de não serem formadores de opinião como os entusiastas, representam uma etapa importante de entrada efetiva no mercado, pois representam 34% dos consumidores em potencial e validam o acesso à outra expressiva fatia do mercado representado pela Maioria Tardia, composta por pessoas mais conservadoras e resistentes a mudanças e que somente adotaram a tecnologia depois que estiverem muito bem definidas e comprovadas as vantagens em sua aquisição.
Juntas, as “maiorias” representam 68% do market share. E, claro, no final da curva, há os céticos ou retardatários que só farão uso da tecnologia se não houver mais opções disponíveis.
Conclusão
E o que essas três ferramentas para a acompanharmos os estágios da inovação têm em comum? Em todas elas você encontrará uma versão do “Vale da Morte” acontecendo em momentos diferentes do ciclo de vida do produto, o que valida por si só a “tese” de que inovação não só é necessária e obrigatória estrategicamente para as empresas mas, também, representa enormes desafios tecnológicos e de risco de mercado ao longo de toda a cadeia inovativa que precisam ser constantemente monitorados na tentativa de mitigar insucessos e falhas (ainda que se possa aprender muito com estas).
No próximo artigo falaremos de Inovação Aberta, uma estratégia interessante na tentativa de driblarmos os riscos inerentes à inovação. Até lá!
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